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Pesquisa analisa resíduos de licor de jenipapo para alimentar camarões

Por Bianca Barrozo

– A sustentabilidade na agroindústria é uma preocupação crescente. Um exemplo é a pesquisa desenvolvida por Lucélia dos Santos Nunes, doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Biossistemas da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), que busca aproveitar os resíduos da produção de licor de jenipapo para alimentar camarões. O projeto é realizado em parceria com a empresa Lemavos, especializada no comércio varejista de bebidas, localizada em Santo Antônio de Jesus (BA).

Durante a produção do licor de jenipapo, gera-se um grande volume de resíduos. A equipe de pesquisa resolveu analisar a hipótese de reutilizar esses subprodutos para ração animal, evitando seu descarte no meio ambiente. “Estamos testando os efeitos da inclusão do coproduto da fabricação do licor na ração para camarões”, explica Lucélia Nunes. “Nossos resultados iniciais indicam bons indicadores nutricionais.”

“Esse aproveitamento não só ajuda a minimizar o desperdício, mas também oferece uma ração alternativa que substitui ingredientes tradicionais, como milho e soja, por fontes inovadoras e sustentáveis”, complementa a pesquisadora. “O objetivo é aprimorar o desempenho zootécnico dos camarões, proporcionando uma dieta mais equilibrada.”

Diego Lemos, proprietário da Lemavos e coorientador da pesquisa, envia o coproduto pelos Correios, e os testes são realizados no Laboratório Ciências II, no campus da UFSB em Itabuna O processo de fabricação da ração consiste em moer o material e adicioná-lo à uma mistura homogênea da ração, para então finalizá-lo por meio de peletização, um processo que transforma a mistura em grânulos (ou pelets) pela aplicação de calor, pressão e umidade.

A pesquisa de Lucélia também analisa a qualidade nutricional do coproduto e seu impacto na alimentação dos camarões. “A ideia inicial sempre foi trabalhar com espécies de água doce, mas o que estamos fazendo também pode ser testado com espécies marinhas”, explica a pesquisadora.

“O uso de resíduos na produção de rações contribui significativamente para a redução do impacto ambiental, além de possibilitar a criação de rações a um custo menor. Isso beneficia os criadores de camarões e fomenta uma aquicultura mais sustentável”, complementa ela.

Para Nunes, a criação de camarões é uma atividade que tem potencial na região sul da Bahia: “A carcinicultura tem um mercado consolidado e está em constante expansão, impulsionada pelo crescente interesse dos consumidores por alimentos saudáveis e fontes de proteínas de qualidade”. “Trata-se de uma atividade intensiva em mão de obra, proporcionando oportunidades de emprego para comunidades costeiras e rurais. Além disso, a produção de camarões tem alto valor econômico, gerando renda para produtores, trabalhadores e outros atores da cadeia produtiva”, conclui Lucélia.



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