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Exclusivo do Sul da Bahia, menor anfíbio do mundo pode ser extinto

Por Julio Cezar

– O menor anfíbio do mundo, localizado apenas na região do extremo sul da Bahia e uma descoberta de pesquisadores da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), pode ser extinto pela devastação promovida pelos humanos em seu habitat natural e pelas mudanças climáticas, afirma a bióloga e pesquisadora Wendy Bolaños, uma das integrantes da equipe responsável pela pesquisa.

A descrição científica do Brachycephalus pulex, popularmente conhecido como sapinho-pulga, foi realizada em 2011. Em 2020, os pesquisadores da UESC Wendy Bolaños, Osmar Rojas e Iuri Ribeiro Dias concluíram que se trata do menor anfíbio do mundo. A pesquisa do trio também aponta as graves ameaças que essa espécie enfrenta. Com apenas 7 a 8 milímetros de comprimento, podendo ser comparado a um grão de arroz, o pequeno sapo é encontrado em áreas restritas das cidades de Camacan, na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)  Serra Bonita, e em Arataca, no Parque Nacional (PN) Serra das Lontras.

De acordo com Bolaños, que lidera as pesquisas sobre a espécie na universidade atualmente, a principal ameaça ao sapinho é a perda de habitat causada por atividades humanas, como desmatamento e mudanças no uso do solo. “A degradação ambiental afeta diretamente a sobrevivência do B. pulex. Por ser um anfíbio tão pequeno, ele é extremamente sensível às mínimas alterações em seu ambiente natural”, explica ela.

Além disso, a crise climática atual  é outro motivo de preocupação. “O aumento das temperaturas pode desregular o ciclo de vida do Brachycephalus pulex, comprometendo sua reprodução e sobrevivência”, diz a bióloga. Segundo ela, os efeitos podem ser devastadores para a espécie, que já possui uma distribuição geográfica limitada e depende de condições ecológicas muito específicas.

A  cientista enfatiza a importância do envolvimento da comunidade local  e também regional na preservação do ecossistema. “A conscientização das pessoas sobre a existência do animal e sua situação de vulnerabilidade é crucial. Quanto mais a comunidade souber sobre essa espécie única, mais ela poderá ajudar a protegê-la”, afirma.

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